terça-feira, 13 de outubro de 2009

Encontros e Desencontros

Ainda que os pés estejam no chão, o sonho é tão grande e a realização dele era tão esperada que não cabe a mim segurar com todas as unhas na terra. Eu, ainda que mantenha os pés no chão, acabo me permitindo um passeio aqui e ali por lugares altos que eu realmente desconhecia e que eu só tenho a passagem livre se me propor a deixar meus medos ali em baixo, fincados na terra, junto com as tais unhas.

Metadinha medrosa fica ali em baixo, com o coração na mão esperando que eu volte somente com aqueles velhos buracos conhecidos, as unhas, os dedos cruzados esperando que as lágrimas sejam apenas efeito do vento forte no rosto...

Outra metade fica ali em cima, pairando sobre os sonhos mais esperados, os lugares mais estranhos, as sensações ainda quase desconhecidas... entorpecida. Esquece do medo, dos receios, das unhas cheias de terra, e... vive.

E vez ou outra acaba vivendo demais o que não queria viver nem de menos.


Eu só me encontro quando me perco.

Geralmente é assim.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

E eu que não ia me casar...



Quando eu me vejo com o vestido que custou BEM MAIS que os olhos da minha cara, (por isso está sendo paga “a perder de vista” rs) me sinto metade noiva e metade baiana de carnaval.
E quando eu coloco o vestido com o sapato branco “de noiva”, a única parte que me deixa realmente à vontade é a meia xadrez que eu não tirei na hora de provar o vestido! =D

É um sonho! Eu vou casar e vou me sentir noiva... (e baiana de carnaval – mas quem foi que disse que eu não posso realizar dois sonhos ao mesmo tempo? rs rs)

Noiva feliz.

Falta menos de dois meses e eu ainda não sou uma noiva neurótica! Obrigada =D


Ps. Muito brincadeira sobre o sonho do carnaval e tali e cousa e cousa e tali ;D

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Introspecção

Introspecção.


Sentir, ressentir. Amar, odiar. Estar, estressar. Fingir, existir. Ter, esquecer. Suprir, cumprir. Trair, cair. Pensar, ausentar.


calar... calar... calar...




Introspecção.







shiu!


Não falar.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

"O dia se prolonga e eu consigo perceber cada minuto. A noite demora a chegar, e quando chega, nem vejo passar. As vezes parece que ando encontrando pedaços de mim a noite, as vezes parece que tenho deixado pedaços de mim que só encontro quando a noite chega. As vezes parece que os pedaços que quero encontrar estão em você. Não pensa trocá-los por outros pedaços que não deixem buracos tão grandes?!?!
As vezes até parece que você nem sabe que possui tantos pedaços de mim. As vezes parece que nem eu sei quantos pedaços de mim existe em você. As vezes até sei, mas finjo não saber. As vezes parece que todos os ruídos que existem em um olhar se calam frente ao silêncio. Frente ao meu silêncio. Ao silêncio que só a noite trás e a gente só disfarça fingindo não perceber os gritos abafados dos olhares quando eles se cruzam. Cada minuto do dia se prolonga. A noite passa sem se fazer notar, e eu continuo deixando meus pedaços todos os dias, todos os dias."




Por eu mesma - blog antigo: omeuteatrodecadadia.blogspot.com

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Se alguém tivesse avisado...

Ela mais uma vez estava ali, sem ter controle de nada, porque logo de cara se afundou no mar azul que resolveu brotar na sua frente.


Se alguém tivesse avisado que o tal mar era tão fundo quanto ela mesma...

Talvez ela tivesse levado bóias... mas já não dava mais tempo. As vezes passava o tempo olhando o céu, que parecia mais azul do que o próprio mar, mas as vezes era escuro e chegava a ter nuvens que lhe causavam medo.

Se ao menos tivessem avisado dos perigos que corria...

Se ao menos ela tivesse ouvido a única frase que lhe disseram antes de ela se jogar...

Cuidado cuidado a voz gritava dentro de si, lhe disseram para ter cuidado, mas ou se vive por completo ou tem medo e se vive pela metade. Ela resolveu viver por completo. Afinal, o enorme vão que existia entre ela e a imensidão do mar era tão grande, que o desafio passava a ser gostoso a cada dia que passava, a cada nova sensação que brotava.

Se ao menos tivessem avisado dos sentimentos, dos medos, dos receios, dos erros...

Mas era tão gostoso. As cores, as palavras que soavam naquela imensidão lhe nutriam de coragem. Tanta coragem que a vertigem que sentiu ao arriscar logo passou quando seu pé tocou aquela água. Era gelada, geladissíma.

Se ao menos tivessem avisado do entorpecer que é se viver em águas tão geladas...

Mas se o corpo acostuma com a temperatura da água, ela há de se acostumar com a vulnerabilidade daquele mar. O mar era imenso, mais do que se podia enxergar, e ainda hoje, depois de algum tempo, entre céus, nuvens escuras, estrelas, ela ainda descobre que o mar é ainda maior...

Ela descobre todos os dias mais estrelas espetaculares, nuvens escuras amedrontadoras, pássaros que lhe tiram a concentração...

E as vezes acaba percebendo que a maioria das nuvens, dos pássaros e até das estrelas é culpa da aquarela que ela leva consigo... no coração.

E se pelo menos tivessem avisado, que a aquarela um dia vai acabar e que ela vai precisar de mais cores, talvez ela pintasse só aquilo que se faz necessário, e deixasse as nuvens um pouco pra lá e colorisse apenas o que vale realmente a pena...

se valer a pena...



Se pelo menos tivessem avisado, talvez ela ficasse só na beirinha, bem no raso, nostalgiando com seus castelos de areia...





Talvez.


Texto por Beea Lima